Por um breve momento tive a impressão de que o mundo fosse
acabar. Na verdade o mundo já estava desaparecendo de mim aos poucos. E naquele
momento foi meu chão que sumiu. Não pensei nem uma vez e enchi aquele vazio sob
meus pés de água, água salgada feito lágrima. E aquele vazio começou a ser
cheio. Cheio de lembranças, angustias, sofrimentos, alegrias, pensamentos... Um
mar de tanta coisa, um mar de nada! Por pouco não me afoguei. Queria que alguém
me tirasse de lá, que me puxasse pelos braços, me envolvesse em abraços e
dissesse: acorde! Mas aquilo não era um sonho, muito menos um pesadelo, era só
a realidade que eu imaginava que fosse. Não sei o motivo, razão, circunstância
ou força que me fez me mover no meio daquela bagunça. Mas eu me movi. Nessas
estradas da vida não há retorno e eu estou seguindo em frente. Afinal nem tudo
que parece ser, é. É tudo uma questão de ponto de vista. O chão sempre esteve
sob meus pés, só me faltavam os óculos para enxergá-lo!
“Quantas vezes a gente, em busca da ventura, procede tal e qual o avozinho infeliz: Em vão, por toda parte, os óculos procura, tendo-os na ponta do nariz!” (Mário Quintana)
“Quantas vezes a gente, em busca da ventura, procede tal e qual o avozinho infeliz: Em vão, por toda parte, os óculos procura, tendo-os na ponta do nariz!” (Mário Quintana)
quando se busca enchergar o mundo, por um único ponto de vista, talvez não encontre o apoio a seus pés, rompa as fronteiras. Se busca a verdade para dar seus próprios passos, verás que ela nunca estará tão longe que não possa alcançá-la e nunca tão perto para que possa achá-la fácil demais... seus óculos estará onde se encontra o seu coração e seu coração, onde está?
ResponderExcluirbjs