quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Te invento



Me atrevo a te inventar
Como um pensamento bom
Com um sentimento quente feito chá
Vai vir feito brisa gelada
Que corta e rubra as bochechas
Pode ser assim, ou de outro jeito qualquer
Lá fora na rua vazia
Da janela com o branco da chuva na montanha
No quarto por debaixo dos cobertores
Por cima do muro, te invento
Pode ser assim
Pode ser que eu diga adeus
Pode ser que eu te perca mesmo sem te ter
Mas fico aqui esperando
Na janela te inventando

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Motivos em vão


E mesmo depois de muito tempo, isso tudo ainda meche comigo. Um tudo e um nada. Uma coisa que me encheu de alegria e esvaziou em tão pouco tempo. Minha cabeça não aceita o fato de não haver motivos. E meu coração concorda com isso. Não é fácil aceitar quando as coisas não saem da maneira perfeita que a gente idealiza. As vezes a gente planeja de tal forma que qualquer 1% que dê certo a gente já fica feliz. Mas o que aconteceu caiu de 100 a 0 em questão de segundos. Talvez os números e o tempo nem sejam esses, pois isso é muito relativo, mas a questão é que tudo acabou sem motivos, pelo menos pra mim. E por não haver motivos eu estou criando alguns. Para que ao menos você se decepcione comigo e quando eu perguntar "Porque?' você jogue na minha cara esses motivos criados por mim. Talvez assim o meu coração se aquiete e minha cabeça aceite a realidade. É uma forma de ficar bem comigo mesma. Sei que criando esses motivos, eles nos afastam ainda mais e excluem qualquer possibilidade de volta. Mas eu vou arcar com as consequências. Como já dizia Newton: "A toda ação há sempre uma reação". A culpa foi, é e sempre será minha, mas o real motivo é você. Mas não se sinta culpado, apenas tente, com ênfase no tentar, não ficar tão desapontado comigo. Eu não suportaria isso. Uma hora as coisas se acertam, e é pensando assim que trago alívio para minha alma. Eu gostaria mesmo que acontecesse o contrário. E o que eu sinto é que essas minhas maluquices, rotas de fuga, nada disso vai me impedir de gostar de você. Mas a burrice já está feita, são motivos em vão.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Acertando os ponteiros



Dizem que o mundo dá voltas e mais voltas. E dessa forma as pessoas se encontram, desencontram e, ás vezes, reencontram, a tristeza sai, a alegria volta, os sentidos mudam e tudo se renova. Na verdade a matemática da vida não é assim. Se você parar pra esperar o mundo girar e as coisas acontecerem você fica pra trás. E pensando nessa coisa do mundo girar, lá estava eu, naquele mesmo lugar, no mesmo banco, esperando o mesmo ônibus, no mesmo horário e sentindo o mesmo frio. Um perfeito Dejavù, se não fosse a sua ausência.  Foi então que percebi, comparando os dois momentos, que com ou sem você eu sentia o mesmo frio. Não digo que o que aconteceu entre nós foi em vão, pelo contrário, enquanto durou foi uma das melhores coisas que vivi. Mas naquele momento tudo o que parecia errado e incompreensível, era o mais certo. Estar longe de você, agora, me fazia bem. A sua presença já não me fazia mais tanta falta. Estava, enfim, desfazendo os laços de tudo o que me prendia a você. Assim como um relógio parado acerta a hora duas vez no dia, o mundo gira e acerta os ponteiros da vida. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Carta de despedida e até logo


Dessa parte da vida escrita eu queria me despedir de uma maneira mais formal. No começo era pra ser uma carta de despedida, e já havia dias que as palavras se organizavam e desorganizavam em minha mente. Mas não havia coragem. É difícil me desprender dessa forma em que me encontrei. Escrever, por mais que não seja diário, é o jeito com que exponho minhas ideias, pensamentos, sentimentos, conclusões. Mas porque essa ideia louca de despedida? O motivo que me levou a escrever minhas histórias autobiográficas, por vezes tristes e melancólicas ou por vezes alegres e surpreendentes, finalmente se desprendeu de mim. Apesar de tudo o saldo final "foi mais positivo que mil divãs". E é por isso que não despeço desse acervo mal feito, e sim dou boas vindas aos novos frutos que virão. Escrever é um refúgio, e é uma das coisas coisas que mais gosto de fazer, e não há razão de largar isso de lado. Então sem despedidas, sem adeus, e um até logo!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Marionete


Acordar. Abrir. Olhar. Fechar. Cochilar. Abrir. Olhar. Bocejar. Levantar. Espreguiçar. Olhar. Lavar. Comer. Sair. Entrar. Sentar. Ler. Entender. Levantar. Sair. Voltar. Comer. Beber. Lavar. Sair. Entrar. Sair. Comer. Beber. Ler. Escrever. Entender. Perder. Ganhar. Comer. Voltar. Assistir. Ler. Rir. Conversar. Gritar. Falar. Pular. Chorar. Sair. Andar. Voltar. Comer. Lavar. Deitar. Fechar. RESPIRAR. Dormir.

São tantos os verbos que movem meu mundo, que acabo me sentindo uma marionete. As vezes incapaz de realizar qualquer ação/reação exigida por esses infinitivos.

Mas no fim da noite a marionete se curva e arranca aplausos da platéia. Pelo menos é o que se espera. Fecham-se as cortinas. Cessa a música. Fim!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Gravitando



Algo em mim me diz que é o momento de degustar um pouco dessa angústia, de saborear cada gotinha de saudade...E só assim reaprender de uma forma diferente! Porque tudo que é diferente é  mais intenso, real e absoluto. E completamente profundo!
É essa a sensação que estou por agora, gravitando!! Um tanto alienada, como sempre!
19/03/2012

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Onde estão meus óculos?



Por um breve momento tive a impressão de que o mundo fosse acabar. Na verdade o mundo já estava desaparecendo de mim aos poucos. E naquele momento foi meu chão que sumiu. Não pensei nem uma vez e enchi aquele vazio sob meus pés de água, água salgada feito lágrima. E aquele vazio começou a ser cheio. Cheio de lembranças, angustias, sofrimentos, alegrias, pensamentos... Um mar de tanta coisa, um mar de nada! Por pouco não me afoguei. Queria que alguém me tirasse de lá, que me puxasse pelos braços, me envolvesse em abraços e dissesse: acorde! Mas aquilo não era um sonho, muito menos um pesadelo, era só a realidade que eu imaginava que fosse. Não sei o motivo, razão, circunstância ou força que me fez me mover no meio daquela bagunça. Mas eu me movi. Nessas estradas da vida não há retorno e eu estou seguindo em frente. Afinal nem tudo que parece ser, é. É tudo uma questão de ponto de vista. O chão sempre esteve sob meus pés, só me faltavam os óculos para enxergá-lo!
“Quantas vezes a gente, em busca da ventura, procede tal e qual o avozinho infeliz: Em vão, por toda parte, os óculos procura, tendo-os na ponta do nariz!” (Mário Quintana)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Adapte-me


E de novo estou aqui, sem saber o que dizer. Parece que as palavras sempre fogem quando te vem, escutam ou te imaginam. Na verdade nem sei se existe mesmo essa inspiração. Faz tempo que não tenho essa motivação. Talvez o problema seja eu, como na maioria das vezes realmente é. Um bloqueio que eu não sei como desbloquear. Essa incerteza de ser, de estar, de ter é cruel demais. Seria muito melhor a convicção de um não. Pelo menos isso seria alguma coisa. 
Ainda assim, esse bloqueio, essa coisa toda de eu não admitir, de você não admitir, é meio engraçado. Por vezes sinto uma ansiedade, tenho uma expectativa de que você vai entrar por aquela porta a qualquer momento. Acho que isso já é um começo. Mas saiba que isso cansa, e que eu desisto fácil das coisas.
Tão complexo... Só saiba que andei pensando em você. Ainda não me adaptei a isso tudo, mas eu quero. Eu quero mesmo!